Esta homenagem está escrita no Monumento Histórico da Polícia
Militar de Pernambuco, localizado no Sítio Pitombeira, entre a cidade de
Custódia-PE e o Sítio dos Nunes, na altura do km 345, da BR 232.
Por Jorge Luiz de Moura, coronel e ex-comandante-geral da PMPE.
“Em ataque à força pública de Pernambuco, em 1926, a Coluna
Prestes mata diversos policiais e incendeia 4 (quatro) caminhões.
História da Batalha
O combate em si, foi uma grande armadilha urdida pelos oficiais da Coluna
Miguel Costa-Prestes, seu nome correto, tenentes-coronéis Djalma Dutra e João
Alberto. (Livros: A coluna prestes, de Neill Macaulay, página 205, e o
Cavaleiro da esperança, de Jorge Amado, página 149). Assim, os rebeldes dessa
Coluna (que estavam na área esperando uma ligação com o tenente Cleto Campelo,
que acabou falecendo em Gravatá), haviam interceptado nos fios do telégrafo,
uma mensagem sobre o deslocamento de Custódia para Vila Bela (Serra Talhada) de
uma tropa da Força Pública de Pernambuco, de 137 homens, transportada em cinco
caminhões dos efetivos dos 1º, 2º, 3º Batalhões, Regimento da Cavalaria e
Companhia de Bombeiros, (Boletim Geral da Força Pública, de 12 de fevereiro de
1926), sob o comando do coronel João Nunes, comandante Geral. No terceiro
caminhão, vinham o tenente da PM José Coutinho da Costa Pereira, no quinto, o
tenente da PM Olímpio Augusto de Oliveira e o capitão Luiz Sabino de Azevedo e,
na retaguarda, o comandante João Nunes, em automóvel.
Na localidade Umburanas/Imburanas ou Pitombeiras, os rebeldes arquitetam uma
emboscada, colocando na estrada um chapéu de tipo engenheiro, de cortiça, como
isca! Por volta das 9h de 14/02/1926, (domingo de Carnaval), um soldado mandou
parar o veículo para apanhá-lo. Em seguida, todo o comboio parou. O coronel
João Nunes, vinha à retaguarda, em companhia, do seu secretário, tenente Sidrak
de Oliveira Correia e outros oficiais. Imediatamente, dos serrotes laterais,
surgiram os fogos cruzados das metralhadoras inimigas, ceifando a vida de
inúmeros soldados.
Após seis horas de combate, o coronel João Nunes, ao escurecer, conseguiu
romper o cerco dos rebeldes, (em número quase cinco vezes superior, e
entocados) rumo à Custódia, perdendo quatro dos cinco caminhões, que foram
queimados. No dia seguinte, em Custódia, a tropa, reorganizou-se e partiu ao
encalce da força rebelde (História da PMPE – major da PM Roberto Monteiro,
página 78, e revista APMP 1985 – página 10). A munição que se achava no quinto
caminhão, que regressou a Custódia com o capitão Luiz Sabino de Azevedo, não
foi perdida (Jornal A Província, de 27/02/1926, e Diário de Pernambuco de
27/02/1926).
De acordo com o Boletim Geral da Força Pública, de 12 de março de 1926,
morreram oito soldados: Isídio José de Oliveira, (2º Batalhão), Castor Pereira
da Costa, Ercias Petronillo Fonseca e Manoel Bernardino Fonseca (Regimento de
Cavalaria), José Sebastião Bezerra, Pedro Cosme Alexandrino, Antônio Cassemiro
Ferreira e Luiz José Lima Mendes, (Companhia de Bombeiros). (Livro: Epopéia de
bravos guerreiros – Jorge Luiz de Moura e Carlos Bezerra Cavalcanti). Os
feridos foram três soldados, Amaro do Espírito Santo e Benevenuto Cardoso
Silva, (do 2º Batalhão) e Severino Lino dos Santos, (do Regimento de
Cavalaria). No mencionado Boletim, o comandante João Nunes enaltece suas
bravuras e sacrifícios no campo de luta, em defesa da legalidade.
Aqueles soldados foram sepultados no local, numa cova única, à beira da
estrada, de acordo com o major da PM João Rodrigues da Silva, em artigo
publicado na Revista Guararapes, em janeiro de 1950, – Os mortos do Riacho do
Mulungu, onde assinala que pela voz do povo, o número de mortos se eleva a mais
de 40 praças. Esse monumento foi construído durante o Comando Geral do Coronel
Manoel Expedito Sampaio, em 1961 (Informação do coronel Cícero Laurindo de Sá).
Na fria placa de mármore, ficou o registro da reação daqueles heróis, que
precisam ser lembrados e nominados todos os anos, àquele 14 de fevereiro de
1926, pois, transpuseram os umbrais da glória e precisam ser inseridos nos
anais da grande história da PM e de Pernambuco.”
(Transcrito)
Fonte
Jornal do Comércio de 05 de Maio de 2008
Segunda fonte: facebook
Página: Sálvio Siqueira
Grupo: OFÍCIO DAS
ESPINGARDAS
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário