Por José Mendes Pereira
Cangaceiros Mariano (Mariano Laurindo Granja) e Mourão. -http://cangacologia.blogspot.com/…/cabras-de-lampiao-marian…
O famoso e
ex-cangaceiro Sebastião Pereira da Silva o Sinhô Pereira, primeiro e único
patrão no mundo fora-da-lei de Virgolino Ferreira da Silva o Lampião, disse ao
seu parente Luiz Conrado de Lorena e Sá em uma entrevista no ano de 1971, que
quando estava no meio de tiroteio com as volantes, naquelas circunstâncias
matar ou morrer para ele, seria a mesma coisa. Isso faz a gente entender que
cangaceiro além da perversidade contra os homens de bem, se morresse, estava
ali para isso mesmo. Quer dizer: o risco que corria o pau corria o machado.
Diz o
escritor, pesquisador e colecionador do cangaço Dr. Ivanildo Alves da Silveira
que o cangaceiro Mariano Laurindo Granja nasceu em 1898 em Afogados da
Ingazeira (terra também do ex-cangaceiro Antonio Silvino), no Estado de
Pernambuco. Entrou para a “Empresa de Cangaceiros lampiônica & Cia" no
ano de 1924. Foi um dos poucos que em Agosto de 1928 cruzou o Rio São Francisco
em companhia do capitão Lampião em direção à Bahia. Esta fera faleceu no dia 10
de outubro de 1936, entre os municípios de Porto da Folha e Garuru, sendo esta
região conhecida como Cangaleixo.
Rosinha e Adelaide à direita. - http://www.mulheresdocangaco.com.br/…/o-destino-de-adelaide/
O cangaceiro
Mariano no cangaço era genro do afamado vaqueiro Lé Soares, sendo ele
companheiro da cangaceira Rosinha, irmã da cangaceira Adelaide que vivia com o
cangaceiro Criança. E segundo a pesquisadora do cangaço Juliana Pereira afirma
que a companheira de Mariano a Rosinha foi morta a mando do capitão Lampião, só
porque ela não obedeceu uma das suas ordens após a morte do Mariano, seu
companheiro.
Ela queria
visitar os seus familiares e solicitou a autorização ao chefe capitão. Ele permitiu,
mas na seguinte condição: que não se demorasse. Mas a Rosinha não obedeceu o
que lhe dissera o chefe, ficou em companhia dos familiares, assim, quase
despreocupada. Vendo a desobediência e o perigo que ela oferecia se caso às
volantes a encontrassem em sua casa, Lampião deu ordem para que alguns
cangaceiros fossem atrás da Rosinha e a matasse. E assim foi feito. A
cangaceira foi cruelmente assassinada pelos seus próprios companheiros.
http://rdopombal.blogspot.com/20…/…/6-visita-de-lampiao.html.
Mariano era um
facínora que não gostava de praticar morte quando não achava necessária. Tinha
um respeito enorme pelo o seu chefe Lampião, também pudera! Eram amidos deste
1924, e passou 12 anos naquela vida, tempo da velha guarda quando ele entrou
para o cangaço. Tinha grande habilidade para tocar gaita e dono de uma simpatia.
Estava sempre com gestos risonhos.
Diz ainda o
escritor Ivanildo Alves da Silveira que Mariano teve um fim doloroso, onde foi
baleado e apunhalado várias vezes pelo soldado Severiano vulgo, Bem-Te-Vi, que
era comandado pelo tenente Zé Rufino. Segundo o Bem Te-Vi estava vingando a
morte do seu pai feita por Mariano.
O volante Bem-Te-Vi à esquerda e o tenente Zé Rufino. -http://blogdomendesemendes.blogspot.com/…/filho-de-cangacei…
Assim que o
capturou apoderou-se do punhal e a mão subia e descia furando as carnes do
assecla. Apunhalava-o com tanta ira, que quem assistiu a crueldade, ouviu o
ranger da ponta do punhal atravessando as carnes e os nervos da vítima, saindo
do outro lado do corpo, fincando-se na terra seca.
Jamais um
homem matou com tanta ira um bandido. Os dedos do assecla tentavam afastar dos
olhos a pasta de sangue que cobria a sua visão. A cabeleira derramava um
líquido formado de suor e sangue. O seu corpo todo era um vermelhão só. O corpo
estava totalmente aberto, pelos profundos golpes aplicados pelo o policial. Era
a vingança do Bem-Te-Vi.
O tenente Zé
Rufino apenas assistia a violência de seu comandado, sem dizer uma única
palavra. Passado alguns minutos, o tenente Zé Rufino disse-lhe: “- Tenha
cuidado com a cabeça que eu preciso dela”.
Os dois tinham
certeza de que o assecla já havia morrido. Enganaram-se totalmente! Mariano
continuava vivo. E num momento, o facínora tentou se levantar do chão, todo
coberto por um enorme lençol de sangue vivo e escarlate. Quem assistiu disse
aos que lhe perguntavam que era horroroso de se ver o seu estado.
O vingador
quando viu o cangaceiro tentando apoiar-se para se levantar, mesmo com o corpo
todo aberto pelas punhaladas aplicadas por ele, engatilhou a arma e
encostando-a no peito do assassino do seu pai, preparou-se para dar o último
tiro de misericórdia.Foram dados tiros à queima-roupa, perfurando o corpo do bandoleiro,
que já era uma verdadeira peneira de britador. Agora sim, o bandido, finalmente
chegou o fim. Sem mais tentativa, findou a vida do chefe de subgrupo de
Lampião.
Mariano fez
muita falta ao bando, pois todos os companheiros gostavam bastante dele. Em
fim, foi-se a vida de um querido aliado dos justiceiros injustos.
Até mesmo
alguns que não eram cangaceiros falavam bem do Mariano. Os remanescentes de
Lampião disseram que Mariano era um dos que tinha mais humanidade. Afirmaram
até que ele era incapaz de uma crueldade desnecessária contra seres humanos.
Mas fazia, caso fosse necessária.
No meu
entender, com tanta humanidade assim, Mariano estava no cangaço por um respeito
a Lampião, já que eram bastantes amigos. Teria sido ele mesmo o autor da morte
do pai de do volante Bem-Te-Vi?
Segundo
disseram os companheiros aos repórteres: “- Mariano Laurindo Granja foi
injustiçado”.
Fonte de
Pesquisa:
A terrível
morte do cangaceiro Mariano - Ivanildo Alves da Silveira.
Lampião Além da Versão - Mentiras e Mistérios de Angicos - Alcindo Alves da Costa.
Lampião Além da Versão - Mentiras e Mistérios de Angicos - Alcindo Alves da Costa.
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