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terça-feira, 9 de julho de 2019

O ENTERRO DA ESCOLA


Por Ivone Boechat

É muito interessante lembrar a história antiga de uma Escola que estava perto da falência, e os pais, professores e alunos se reuniam nas esquinas, nos bares, nas praças,  em qualquer lugar, para apontarem os culpados. Cada qual gritava mais alto que o culpado só podia ser o diretor. Claro, diziam, o diretor é antipático, não cumprimenta ninguém, mas o diretor apontava para os coordenadores: são muito desatualizados! Coordenadores não economizavam denúncias: culpados são os pais, eles não comparecem a nenhuma reunião que se marca. Além disto, os professores são omissos! Cadê os planos, cadê a avaliação compartilhada? Os pais diziam que os culpados eram as autoridades. Enfim, conversa vai, conversa vem e a situação só piorava. O tempo passava e nada de solução. A Escola estava nas últimas, prestes a morrer!
    

O diretor resolveu organizar o dia do enterro da instituição. Todos se assustaram, porém, ficaram curiosos para ver a cara do defunto. No dia e hora marcados, lá estava a comunidade, em peso, para a solenidade do velório. No meio de um grande auditório, colocaram um enorme caixão preto aberto e o diretor organizou a fila dos presentes para o último adeus à finada.Coroas com frases tipo assim: Último adeus à chatice! A escola já nasceu morta.
    
Silêncio! Muita expectativa. À medida que foi dada a ordem para olharem dentro do caixão, a decepção foi geral. O corpo do defunto estava coberto de flores, mas no lugar do rosto, havia simplesmente um espelho. Cada um que se mirava no espelho tomava um susto e saía pensativo.

A ideia serviu de lição, porque, em pouquíssimo tempo, a Escola "ressuscitou" e ninguém nunca mais se esqueceu de que a responsabilidade pelo sucesso de uma Escola pertence a cada um.
Enviado pela autora

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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