Por José Mendes Pereira
Colorida pelo professor e pesquisador Rubens Antonio
Sobre esta
imagem acima Ivanildo Régis afirma que Ivanildo Silveira, pesquisador e
colecionador do cangaço, faz a seguinte observação: Embora a identificação dos
cangaceiros da foto acima seja um tanto polêmica, consultando especialistas, é
quase unânime que a legenda mais que mais se aproxima da realidade, é a
seguinte:
Lampião, Ezequiel Ferreira, Virgínio Fortunato da Silva, Luiz Pedro, Mariano Laurindo Granja, Corisco, Mergulhão
e Alvoredo.
Um pouco da
biografia de cada um deles:
1 - Virgulino
Ferreira da Silva “o Lampião” ou ainda o patenteado “capitão”. Nasceu em
1898 em Villa Bela atualmente Serra Talhada, no Estado de Pernambuco. Era filho de José Ferreira da Silva e Maria
Sulena da Purificação. Depois de quase vinte anos como chefe de cangaceiros foi abatido juntamente com a sua rainha Maria Bonita e mais nove cangaceiros,
na madrugada de 28 de julho de 1938, na Grota do Angico, lá no Estado de
Sergipe. Um dos maiores líderes de cangaceiros já visto em todos os tempos.
Leia sobre Os Eternos Mistérios de Angico escrito por Alfredo Bonessi:
http://lampiaoaceso.blogspot.com/2010/11/ponto-de-vista-os-eternos-misterios-de.html
Leia sobre Os Eternos Mistérios de Angico escrito por Alfredo Bonessi:
http://lampiaoaceso.blogspot.com/2010/11/ponto-de-vista-os-eternos-misterios-de.html
2 - Ezequiel
Ferreira da Silva o Ponto Fino (irmão de Lampião). Nasceu no ano de 1908, em Villa Bela atualmente Serra Talhada, no Estado de Pernambuco. Foi abatido no dia 23 de abril de 1931 – no tiroteio da
Fazenda Touro, povoado Baixa do Boi, no Estado da Bahia, ponto conhecido como
Lagoa do Mel.
Leia sobre A Morte de Ezequiel Ferreira escrita por João de Sousa Lima:
http://cariricangaco.blogspot.com/2018/07/a-morte-de-ezequiel-ferreira-porjoao-de.html
Leia sobre A Morte de Ezequiel Ferreira escrita por João de Sousa Lima:
http://cariricangaco.blogspot.com/2018/07/a-morte-de-ezequiel-ferreira-porjoao-de.html
3 - Virgínio
Fortunato da Silva o Moderno. Ex-cunhado de Lampião. Nasceu em 1903 e faleceu
em 1936, aos 33 anos de idade. Segundo o
escritor e pesquisador do cangaço de nome Franklin Jorge, há suspeita, não
comprovada, que Virgínio era da cidade de Alexandria, no Estado do Rio Grande
do Norte. Era
companheiro de Durvalina que com a sua morte ela amasiou-se com Moreno.
Durvalina faleceu no dia 30 de junho de 2008. Moreno faleceu no dia 06 de
setembro de 2010.
Leia sobre o cangaceiro cunhado de Lampião Virgínio Fortunato da Silva:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Virg%C3%ADnio_Fortunato_da_Silva
Leia sobre o cangaceiro cunhado de Lampião Virgínio Fortunato da Silva:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Virg%C3%ADnio_Fortunato_da_Silva
4 - Luiz Pedro
do Retiro companheiro de Neném do Ouro. Ele foi abatido juntamente com
Lampião, Maria Bonita e mais oito cangaceiros, na madrugada de 28 de julho de
1938, na Grota do Angico no Estado de Sergipe. Dizem que quem o assassinou foi
o policial Mané Véio. Leia o que escreveu o pesquisador do cangaço capitão Alfredo Bonessi sobre o cangaceiro Luiz Pedro.
http://cariricangaco.blogspot.com/2011/12/um-pouco-mais-de-luis-pedro-poralfredo.html
http://cariricangaco.blogspot.com/2011/12/um-pouco-mais-de-luis-pedro-poralfredo.html
As informações
sobre a morte do cangaceiro Luiz Pedro do Retiro ou Cordeiro são bastantes
enfeitadas pelos que forneceram entrevistas a alguns repórteres e pesquisadores
do cangaço.
O escritor
Alcino Alves Costa teve grande motivo para escrever o livro “Lampião Além da
Versão Mentiras e Mistérios de Angico”, quando diz que o que aconteceu na Grota
do Angico, em terras da cidade de Poço Redondo, no Estado de Sergipe, na
madrugada de 28 de julho de 1938, não foi o que informaram os depoentes, tanto
cangaceiros como policiais que fizeram partes da chacina aos cangaceiros da
“Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia, de propriedade do afamado,
perverso e sanguinário Virgolino Ferreira da Silva o rei Lampião.
Claro que em
relação a cangaço eu sou apenas um metido, que vivo lendo e comparando o que um
escreve, o que outro diz em livro..., mas tento confirmar que, o cangaceiro
Luiz Pedro não foi assassinado pelo volante Mané Veio, e sim, quem o matou, foi
mesmo balas disparadas e direcionadas pelas volantes policiais através da
metralhadora, que tentava eliminar vida por vida de cangaceiros.
As informações
de três elementos que se dispuseram falar aos entrevistadores como aconteceu
a morte do cangaceiro Luiz Pedro, todas são diferentes, e assim, não se tem o
autor da morte do afamado cangaceiro e compadre de Lampião e Maria Bonita.
Em 1973, o
cangaceiro Balão cedeu entrevista à Revista Realidade, e para mim, não sei se
estou certo, Balão foi o cangaceiro que mais fantasiou as suas respostas. É
claro que cada um deles queria levar a sardinha para o seu prato, mas não era
necessária tanta fantasia.
O cangaceiro
Balão falou o seguinte:
"- Luiz Pedro
ainda gritou: Vamos pegar
o dinheiro e o ouro na barraca de Lampião! Não conseguiu.
Caiu atingido por uma rajada. Corri até ele, peguei seu mosquetão e, com Zé
Sereno, consegui furar o cerco. Tive a impressão de que a metralhadora enguiçou
no momento exato. Para mim foi Deus.– http://www.cangacoemfoco.m.jex.com.br" -
Pelo dizer do
cangaceiro Balão quem matou o facínora Luiz Pedro foi uma rajada de balas por
uma metralhadora.
No dia 14 de
novembro de 1938 Iziano Ferreira Lima, o afamado cangaceiro VILA NOVA, afirmou
ao “Jornal A Noite”, que estava na Grota de Angico no momento do ataque das
volantes ao grupo de Lampião, na madrugada de 28 de julho de 1938. Vejam o que
ele fala:
Vila Nova disse o que segue:
"– Escapei
pela misericórdia de Deus, afirma. Vi quando o CHEFE (o chefe que ele se refere
é Lampião) caiu se estrebuchando pelas forças do tenente Ferreira (ele fala no
tenente Ferreira, mas acho eu, ele quis se referir ao tenente João Bezerra da
Silva). Meu padrinho
Luiz Pedro caiu ferido nos meus pés. Pediu que o matasse, logo. O que fiz, foi
apanhar o seu mosquetão e fugir para as bandas do riacho onde o fogo era menor. Depois da fuga
fui me esconder na Fazenda Cuiabá, onde me encontrei com ZÉ SERENO, e outros
que puderam fugir do cerco. Ali soubemos que junto com o capitão tinha morrido
mais 11 cabras, inclusive D. Maria Bonita”. (Ele diz que morreram 11
cabras. Na verdade foram nove cangaceiros e duas mulheres. O que ele afirma
sobre o total de cangaceiros que morreu está correto, mas foram 12 mortos lá na
Grota do Angico. 9 cangaceiros, 2 mulheres e um volante de nome Adrião Pedro da
Silva".
Uma dúvida que
tenho e que todos estudiosos do cangaço têm e gostariam de perguntar: O
cangaceiro Luiz Pedro estava com dois mosquetões? Porque Balão disse que levou
o seu Mosquetão. E o cangaceiro Vila Nova também afirma ter levado o mosquetão
do cangaceiro.
Está
registrado na literatura do cangaço que quem assassinou o cangaceiro Luiz Pedro
foi o volante Mané Veio, mas pelas suas informações não tem como acreditar,
porque ele afirma que saiu perseguindo o cangaceiro Luiz Pedro, que ia meio
avexado, caminhando rápido, e o volante ao seu encalce, até que chegou em um
determinado lugar, e disparou sua arma, fechando o cangaceiro.
Mas vejam bem:
Durou muito para que o volante assassinasse o cangaceiro, e por que Balão, o Vila Nova informaram aos pesquisadores que o Luiz Pedro foi
assassinado ali, no meio dos outros?
Na minha humilde opinião e não válida, já que eu sou apenas um metido sobre este tema, o Mané Veio já encontrara o cangaceiro Luiz Pedro morto. Ele mentiu mais do que os outros.
5 - Mariano Laurindo Granja companheiro de Rosinha. Entrou para o cangaço em 1924. Foi um dos poucos que em agosto de 1928 cruzou o rio São Francisco, em companhia de Lampião, em direção à Bahia. Foi morto no dia 10 de outubro de 1936.
Segundo Alcindo Alves em: (... – Mentiras e Mistérios de Angico), o ataque foi entre os municípios de Porto da Folha e Garuru, região conhecida como o Cangaleixo. A pesquisadora do cangaço, Juliana Ischiara afirma que Rosinha foi morta a mando de Lampião. Era filha de Lé Soares e irmã de Adelaide, esta última sendo companheira de Criança, e parenta próxima de Áurea, companheira de Mané Moreno. Sendo Áurea filha de Antonio Nicárcio, que era primo/irmão de Lé Soares.
Leia o que escreveu Comunidade (Cangaço) sobre Mariano Laurindo GRanja:
https://www.facebook.com/ComunidadeCangaco/posts/605007012968731/
Leia o que escreveu Comunidade (Cangaço) sobre Mariano Laurindo GRanja:
https://www.facebook.com/ComunidadeCangaco/posts/605007012968731/
6 - Cristino
Gomes da Silva Cleto Corisco companheiro da cangaceira Dadá. Ele foi abatido
no dia 25 de maio de 1940, pelo tenente Zé Rufino, na fazenda Cavaco, em Brotas
de Macaúbas, no Estado da Bahia. Dadá foi ferida e presa. Ela faleceu em 1994.
Com a morte de Corisco, finalmente o cangaço foi enterrado com ele.
Leia o que eu escrevi sobre o cangaceiro Corisco:
7 – Morte do cangaceiro Mergulhão
]Por: Rubens Antonio. -
No detalhe,
cangaceiro ”MERGULHÃO” (Antonio Juvenal), quando posava para a câmera de
Alcides Fraga, em 17/12/ 1928, no lugarejo Ribeira do Pombal/BA .
A 07 de Janeiro
de 1929 travou-se o combate de Abóbora, povoado de Juazeiro, BA, lembrado pela
morte de Mergulhão, cujo nome era Antonio Juvenal da Silva, mas que
aparece citado também, na literatura sobre o Cangaço como Antônio Rosa. Da
visita ao local pode colher alguns depoimentos e bater algumas fotos.
Antecipando
algo do material, observo que a povoação está muito mudada, em relação ao
contexto de então, mas há muitos elementos reconhecíveis e outros
identificáveis através de testemunha ainda viva dos eventos.
Sabemos que o
fogo se deu quando a volante chegou e os cangaceiros dançavam em uma casa, num
forró.
A causa do
forró, na verdade, era alheia aos cangaceiros. Era festejo local pela
construção de uma nova “armação” para a feira do povoado, que, na verdade, não
passava de uma arranjo descontínuo e desordenado de casas mais esparsas.
O cemitério
local foi o sítio de maior destaque, onde morreram os dois policiais, soldados
José Rodrigues e Manoel Nascimento.
Segundo a
autópsia:
“José
Rodrigues, com um ferimento com orificio de entrada na região dorsal superior e
orifício de saída sobre o mamillo direito; Manoel Nascimento com três tiros; um
que penetrava entre a 6ª e a 7ª lombar, com destruição das anças intestinais e
orifício de saida sobre a crista illiaca com fractura; outro na região anterior
direita do thorax e outro na região cervical esquerda.”
Rochedo em que
Lampião e Ezequiel se apadrinharam para disparar contra a volante, que se
encontrava no Povoado de Abóboras.
A posição da volante era aproximadamente a da caixa d’água vista ao longe, entrincheirada no antigo cemitério.
Edilson dos
Santos, proprietário do terreno, aponta a localização da sepultura do
cangaceiro Mergulhão.
Pequenas
pedras restantes da sepultura do cangaceiro Mergulhão.
Sítio da
sepultura de MERGULHÃO .
João Alves
Guimarães apontando localização da entrada do antigo cemitério.
As pedras diante dos seus pés são do antigo portal.
A terraplenagem e a pavimentação foi feita somente com a retirada das lápides. Portanto, os restos dos sepultos ainda estão aí.
Próximo à quina branca que se vê à esquerda estão sepultados os restos de um dos soldados mortos no tiroteio. Seguindo-se em frente, em direção à rua, encontram-se os restos do outro soldado.
Abraços!
Rubens Antonio
(*)Professor e
palestrante sobre História Geológica da Bahia, Antropologia, Geologia,
Epistemologia, Metodologia do Trabalho Científico, História da Ciência. Fonte
da Matéria: Comunidade do Orkut – Cangaço, Discussão Técnica do amigo Ronnyeri. -
https://blogdotitorocha.com.br/2017/07/79-anos-da-morte-de-lampiao/
https://blogdotitorocha.com.br/2017/07/79-anos-da-morte-de-lampiao/
PARABENIZO O AMIGO ”RUBENS ANTÔNIO” PELA EXCELENTE MATÉRIA, BEM COMO, PELO
SEU DESEJO DE PRESERVAR, DOCUMENTALMENTE, A HISTÓRIA DO CANGAÇO E DE SEUS PERSONAGENS, ALÉM DE PARTILHAR COM TODOS, O GRANDE ACHADO.
VALEU AMIGÃO !!.
Um forte abraço a todos
IVANILDO SILVEIRA
Colecionador do cangaço
Natal /RN
Colecionador do cangaço
Natal /RN
8 - Hortêncio
Gomes da Silva o Arvoredo. – Desligou-se do bando no momento do ataque a
Jaguarari, no Estado da Bahia. Fez dois meninos como reféns. Mas eles
conseguiram o dominar, desarmando-o. Em seguida mataram-no a facadas. Achando
que o serviço ainda não tinha sido concluído, degolaram-no e cortaram as suas
mãos. Após o trabalho concluído acionaram a polícia. (Não tenho maiores
informações sobre este cangaceiro).
Leia o que
escreveu o professor e pesquisador do cangaço Rubens Antonio sobre o cangaceiro
Arvoredo:
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário