Por Benedito Vasconcelos Mendes1
Virgulino Ferreira da Silva, autodenominado “Capitão Virgulino, Governador do Sertão” e também conhecido pela alcunha de “Lampião, o Rei do Cangaço”, foi o mais famoso, o mais temido, o mais sanguinário, o mais cruel, o mais desumano de todos os cangaceiros brasileiros. Segundo a crença popular, a alcunha “Lampião” foi dada devido à rapidez com que ele manejava seu antigo rifle Papo Amarelo (rifle Winchester, modelo 1873, de fabricação americana), que nos combates noturnos provocava um clarão semelhante ao produzido pelo farol de iluminação caseira, conhecido por lampião a querosene.
Inteligente e conhecedor do ambiente seco e quente do Polígono das Secas, especialmente de sua vegetação, de seu território e de sua fauna, desenvolveu uma estratégia de sobrevivência na caatinga baseada no alimento, na água, na medicina caseira, no conluio com os coronéis coiteiros e na perícia de se defender e atacar as volantes (polícia) no ambiente sertanejo e, com isso, tornou-se o maior estrategista de combate na caatinga de todos os tempos.
Fenotipicamente, Lampião era uma figura esbelta, de estatura entre mediana e alta, amulatada, semicorcunda, queixo desenvolvido, mãos excessivamente grandes, com dedos finos e compridos e o olho direito cego por uma estrepada de espinho de quipá (cactácea nativa do Nordeste).
Foi um cangaceiro nascido no final do século XIX e que viveu nas três primeiras décadas do século XX, na região seca do Nordeste brasileiro. Veio ao mundo no dia 4 de junho de 1898, na cidade sertaneja de Vila Bela, hoje Serra Talhada, localizada no Vale do Rio Pajeú, em plena região semiárida pernambucana. Morreu no dia 28 de julho de 1938, quando estava homiziado com parte de seu bando de cangaceiros na Grota de Angico, no município sergipano de Porto da Folha. Com a criação do novo município, a Grota de Angico passou a pertencer ao município de Poço Redondo- SE. Foi morto a tiro de fuzil pelo soldado Sebastião Vieira Sandes, alcunhado de Santos, pertencente à volante comandada pelo então Tenente João Bezerra (João Bezerra da Silva, 1898- 1970), da Polícia Militar do Estado de Alagoas. Neste ataque morreram Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros, além do soldado Adrião Pedro de Souza, 1915-1938, da volante de João Bezerra. Suas cabeças foram expostas e fotografadas na cidade alagoana de Piranhas. As de Lampião e de Maria Bonita foram levadas para a Faculdade de Medicina da Bahia, em Salvador, para serem estudadas pelos médicos-legistas, com a finalidade de provar a existência ou não de
1Benedito Vasconcelos Mendes graduou-se em Engenharia Agrônoma pela Universidade Federal do Ceará, cursou o Mestrado na Universidade Federal de Viçosa-MG e o Doutorado na Universidade de São Paulo (USP). Foi professor titular e diretor da antiga Escola Superior de Agricultura de Mossoró ( ESAM), hoje Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA ). características lombrosianas. Depois ficaram expostas no Museu Antropológico Estácio de Lima, localizado no prédio do Instituto Médico Legal Nina Rodrigues, até 1969, quando foi exigido na justiça o sepultamento. Lampião não possuía características faciais típicas (face lombrosiana) de quem tinha tendência para o crime violento, como preconizava a teoria do médico psiquiatra italiano Cesare Lombroso.
Pertencia a uma família de pequenos produtores rurais, tinha sete irmãos (quatro mulheres e três homens) e seus pais, ajudados pelos filhos, viviam como os demais catingueiros da região, tirando o sustento da família da exploração da terra, praticando a agricultura de subsistência, plantando feijão, milho, mandioca, batata-doce, melancia, jerimum e outras culturas, cultivando algodão mocó, criando aves domésticas, galinhas, capotes, patos e perus, criando cabras, ovelhas, jumentos, burros, cavalos e uns poucos bovinos, além de ter trabalhado como almocreve.
Nos sertões pernambucanos, os pequenos produtores rurais de sua época praticavam, também, o extrativismo de madeira para carpintaria, marcenaria, construção civil, cerca, lenha e carvão. Caçavam, pescavam e coletavam frutos comestíveis das plantas nativas e mel de abelhas silvestres. Podemos dizer que, socioeconomicamente, a família de Lampião pertencia à classe média baixa. Lampião, antes de entrar para o cangaço, sofreu as consequências da tenebrosa e severa seca de 1915, que foi tão bem descrita pela romancista cearense Raquel de Queiroz, em seu famoso livro O quinze. Já vivendo fora da lei, testemunhou as catastróficas secas de 1919 e de 1932. Como habitante do sertão semiárido, Lampião assistiu ao sofrimento dos sertanejos nos períodos das calamidades climáticas, quando, devido à carência de chuvas, não conseguiam cultivar seus roçados, faltavam água e alimentos para o gado e para o homem. O gado morria de fome e sede e o povo adoecia e perecia de fome e das epidemias de cólera, varíola e catapora. Os sertanejos que viviam na região atormentada pelas secas periódicas sofriam muito, pois as doenças, a falta de alimentos e a morte de seus entes queridos e de seus animais domésticos os obrigavam a fugir para os seringais da Amazônia, para trabalhar na coleta da borracha de seringueira e, tempos depois, passaram a migrar também para as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país.
Lampião foi alfabetizado na antiga e precária escola rural, onde o mestre-escola o ensinou a ler, escrever e a contar. Ele passou a infância e o início da adolescência trabalhando no campo com seu pai. Ainda muito jovem, trabalhou como artesão de couro, confeccionando arreios e outros artefatos, e como almocreve, transportando em lombos de burros produtos alimentícios para as feiras e casas comerciais das vilas e cidades regionais. Após a morte de seu pai, entrou para o bando de seu tio Antônio Matilde (Antônio José Ferreira) e depois para o grupo do cangaceiro Sinhô Pereira (Sebastião Pereira e Silva, 1896-1979), seu conterrâneo de Serra Talhada. Pouco tempo depois, em 1922, ocupou o lugar do seu chefe, que abandonou o cangaço e foi morar em Goiás. Lampião, ao entrar na vida bandoleira, levou seus dois irmãos mais velhos, Livino Ferreira da Silva,
apelidado “Vassoura”, e Antônio Ferreira da Silva, conhecido por Esperança, e tempos depois trouxe para o cangaço seu irmão mais novo, Ezequel Ferreira da Silva, cognominado Ponto Fino.
Foram seus pais José Ferreira da Silva e Maria Vieira da Soledade. Seu pai foi morto a tiro pelo Segundo Tenente José Lucena de Albuquerque Maranhão (1890), no terreiro de sua casa, na cidade alagoana de Mata Grande, onde, poucos dias antes, também tinha morrido sua esposa. Segundo a literatura, Lampião, seu pai e sua mãe usaram vários sobrenomes, daí o grande número de nomes próprios que tinham, principalmente sua mãe. O documento de onde tiramos a data de nascimento de Lampião e o nome completo de sua mãe foi a sua Certidão de Batismo (Batistério), fornecida pelo Vigário da Paróquia de Floresta, da Diocese de Pesqueira-PE, Padre Joaquim Antônio de Siqueira Torres, com data de 6 de agosto de 1961.
Lampião pertencia a uma família valente e muita unida, sob a liderança firme de seus atormentados pais, que passaram os últimos anos de vida envolvidos em confusões criadas pelos seus três filhos mais velhos (Antônio, Livino e Virgulino). Sua família teve que deixar sua terra natal, Serra Talhada, e fugir para outras cidades, primeiramente para a fazenda Poço do Negro, próxima a Nazaré do Pico, Distrito de Floresta-PE, e depois para os municípios alagoanos de Água Branca e Mata Grande, sendo este último o município onde morreram sua mãe e seu pai. José Ferreira, pai de Lampião, foi morto pela polícia em consequência de roubos e brigas praticados por seus filhos. Sua mãe faleceu de morte natural. O primeiro litígio da família Ferreira ocorreu ainda quando ela residia em Serra Talhada, ocasião em que seu vizinho José Saturnino (José Alves de Barros) entrou em desavença com os filhos de José Ferreira, por motivo de roubo de criações. Devido a esta briga, a família de José Ferreira ficou peregrinando por vários lugares em Pernambuco e Alagoas, para fugir das perseguições policiais, a mando de José Saturnino e/ou em consequência de roubos e confusões realizados pelos irmãos Ferreira. Em um curto período de tempo, a família Ferreira mudou-se de Serra Talhada para Floresta-PE e daí para a cidade alagoana de Água Branca e de lá para Mata Grande, também em Alagoas. O clima de conflito entre a família Ferreira e a de José Saturnino induziu Lampião e seus irmãos para o banditismo. José Saturnino, quando menino, era amigo de Lampião. Sua família tinha mais posses do que a de Lampião, mas não chegava a ser considerado coronel do sertão.
Naquela época, os latifundiários, que eram as pessoas mais ricas do sertão, eram chamados de coronéis, pertenciam a uma classe social privilegiada, e, além de serem detentores de extensas áreas de terra, possuíam poder econômico e político nas vilas e cidades sertanejas, e se arvoravam de donos da lei e da polícia. Com prepotência, truculência e arrogância perseguiam, prendiam, torturavam e matavam seus desafetos. Mandavam no povo porque tinham dinheiro, prestígio e “votos de cabresto” para eleger os políticos que lhes garantiam o poder local. O povo pobre,
abandonado pelo poder público, só tinha uma opção: aceitar a ordem estabelecida pelos ricos e poderosos.
José Saturnino, embora não fosse considerado coronel do sertão, era valente, tinha prestígio com a polícia, enfrentava e perseguia o pai, o próprio Lampião e seus irmãos.
Os irmãos Ferreira sentiam-se injustiçados e não aceitavam a prepotência e os insultos de Saturnino, o que os estimulou a pretenderem fazer justiça com as próprias mãos, escolhendo a vida cangaceira.
A religiosidade de Lampião, dos demais cangaceiros e de todo o povo do sertão era baseada no misticismo herdado dos tapuias, na romaria para venerar os santos populares, eleitos pelo povo, como Padre Ibiapina, Padre Cícero e Beato Antônio Conselheiro. No sertão semiárido, existem os santos populares, santificados pelo povo, mediante o endeusamento dos líderes religiosos carismáticos, como ocorreu com o Padre Ibiapina, Beato Antônio Conselheiro, Padre Cícero, Frei Damião, Beato Zé Lourenço, Beato José Senhorinho e outros.
Lampião acreditava nas orações fortes, para adquirir corpo fechado, e nos amuletos, para se proteger das armas dos inimigos. Ele usava orações manuscritas dentro da carteira de dinheiro e/ou acondicionadas em saquinhos de couro, pendurados no pescoço, como proteção contra facadas e balaços. Era um devoto incondicional do Padre Cícero e se ajoelhava em plena caatinga para rezar e pedir proteção aos santos de sua devoção.
Era costume dos cangaceiros pedir às rezadeiras sertanejas para fechar seus corpos com a oração de São Bento. Eles acreditavam que, tendo o corpo fechado, estariam protegidos das armas dos seus inimigos.
Os cangaceiros praticavam a medicina popular usada pelos sertanejos para a cura de suas doenças. Seus remédios caseiros geralmente eram as banhas de animais e aqueles feitos com partes de plantas. Para o tratamento de muitas doenças, usavam a banha de tejo, banha de cobra cascavel, banha de raposa, banha de cágado, banha de jia, banha do peixe traíra e banha de galinha. Utilizavam também raízes, cascas de caules, folhas, flores, sementes e frutos das plantas, para fazer unguentos, cataplasmas, chás, xaropes, garrafadas e lambedores, visando curar os mais diferentes males. Os ferimentos a bala eram sarados com pimenta malagueta e sal grosso. Os golpes de faca eram costurados com linha zero e agulha grande de coser tecido grosso.
Nas horas de lazer, em seus esconderijos na caatinga, alegrados pela cachaça, Lampião e seus cangaceiros declamavam poesias de cordel, cantavam, tocavam sanfona, zabumba e dançavam o xaxado (dança para homens, na qual a mulher era substituída pelo rifle). Jogavam baralho (cartas), dados (bozó) e outros jogos para se distraírem.
A alimentação dos cangaceiros tinha como base o feijão de corda; o milho; a farinha e a goma de mandioca; a rapadura; o queijo de coalho; a manteiga da terra; a banha, o toucinho e a
carne de porco torrada e mergulhada na gordura e a carne de gado seca (carne de boi salgada e seca ao sol). A cabra, o carneiro, a galinha, os peixes de água doce nativos dos rios da região (curimatã, traíra, piau, cangati, muçum, cascudo e outros) e as caças de animais silvestres (preá, mocó, tejo, tatu, tamanduá, veado catingueiro, avoante, rolinha, juriti, marreca, pato selvagem, asa branca e muitos outros animais) também faziam parte da alimentação dos membros do bando.
Os cangaceiros usavam uma vestimenta especial, que lhes conferia uma estética própria, formada pelo chapéu de couro, bornal, cabaça d’água, matulão, cartucheira, lenço de pescoço e casaco de mangas compridas e bolsos. Calçavam alpercatas de couro e suas armas brancas eram o punhal, com cabo artisticamente trabalhado, e o facão, que era usado para serviços gerais e, às vezes, para decepar a cabeça de inimigo já morto. O punhal de Lampião era exageradamente grande, com 82 centímetros de comprimento, muitas vezes usado para ser introduzido na “saboneteira” ( fossa clavicular esquerda, localizada acima da clavícula) para atingir o pulmão e o coração de suas vítimas. Lampião usava como armas de fogo a pistola (Parabellum), o rifle Papo Amarelo, usado até 1926, e o fuzil Mauser, modelo 1908, calibre 7x57, usado após 1926.
A indumentária dos cangaceiros do grupo de Lampião primava pela beleza e utilidade. O chapéu de couro e o bornal eram enfeitados com artísticos bordados. O chapéu típico do cangaço tinha as abas dobradas e decoradas com belas peças de couro, moedas de prata ou ouro, medalhas de santo e estrela de David feita de metal, pregadas na aba da frente do chapéu. Lampião era um exímio costureiro e usava máquina de costura manual.
Lampião, muito vaidoso que era, gostava de ver e ler nos jornais a sua fotografia e a de seu bando de cangaceiros, bem como as reportagens e artigos que escreviam sobre ele e seu grupo de malfeitores. Fazia seu marketing pessoal nas entrevistas que dava, quando se autoproclamava Capitão Virgulino, o Rei do Cangaço e Governador do Sertão. O povo o tinha como muito corajoso, valente, malvado, rico e poderoso. Ele gostava de distribuir dinheiro em moedas para as crianças e de retribuir favores aos coiteiros. Lampião, ao longo de seus mais de 20 anos de vida cangaceira, praticou, ele e seus cabras, os mais cruéis castigos e mortes às suas vítimas. O povo amedrontado imputava os mais hediondos crimes a Lampião e seu grupo, como os de castrar, estuprar, sangrar, cortar a língua, cortar orelha, ferrar no rosto com ferro quente e outros terríveis suplícios. Um dos mais hediondos métodos de matar usado por Lampião e seu bando era sangrar a jugular ou a carótida de suas vítimas. Degolar seus inimigos e expor as cabeças em estradas e em outros locais públicos eram uma prática comum entre os cangaceiros e volantes, usada como forma de intimidação.
Lampião conquistou um grande leque de amizades entre os coronéis sertanejos, aqueles latifundiários que detinham o poder político e econômico no sertão e por isso dominavam a justiça e a polícia. Nos sertões nordestinos, na primeira metade do século XX, vigorava a “lei do mais forte”.
Os coronéis eram pessoas privilegiadas, que conseguiam o que queriam pela força das armas. Geralmente residiam em suas fazendas de criação de gado, cuja casa-sede em que habitavam era semelhante a um bunker, guarnecido pelos jagunços. Possuíam verdadeiros exércitos de capangas, disfarçados de vaqueiros. Esses coronéis geralmente mantinham estreita aliança com Lampião, na esperança de, quando necessitassem, receber o reforço armado do Rei do Cangaço, em suas eventuais contendas políticas. Forneciam a Lampião armas, munições, hospedagem, proteção e comida para o bando, quando estavam arranchados em suas fazendas. Esses coronéis políticos do sertão eram detentores de grande prestígio e eram cortejados pela sociedade. Geralmente eram coiteiros do Rei do Cangaço e, sem eles, jamais Lampião teria se mantido tanto tempo vivo e sem ser preso.
Com exceção do Maranhão e Piauí, Lampião atuou em todos os outros Estados nordestinos, invadindo fazendas, vilas e cidades para roubar dinheiro, jóias, alimentos, armas e munições. Extorquia e matava com crueldade, como meio de vida, com o único objetivo de tirar proveito material. Lampião aterrorizava a população sertaneja para impor seu poder. Provocava o medo e a intimidação para se manter com autoridade perante o povo. Não tolerava traição e aquele que comunicasse às volantes (polícia) o local do seu esconderijo pagaria com a vida, após ser brutalmente torturado, para servir de exemplo aos demais moradores da região.
Os grupos de cangaceiros eram formados somente por homens, mas em 1930 Lampião inovou o cangaço levando Maria Bonita para conviver com ele, passando ela a fazer parte do seu grupo de cangaceiros e a partir daí começou-se a permitir a presença de mulheres no cangaço. A entrada de mulher no grupo de cangaceiros só era permitida se ela fosse amante de algum membro. Lampião não aceitava mulher descompromissada no seu bando, tinha que estar amigada com algum cangaceiro. As mais famosas cangaceiras foram Maria Bonita (Maria Gomes de Oliveira, 1911- 1938); Dadá (Sérgia Ribeiro da Silva, 1915-1994), companheira de Corisco; Lídia de Zé Baiano; Enedina de Cajazeira, Sila, mulher de Zé Sereno; e Durvinha, amante de Moreno.
Lampião visitou o Padre Cícero (Cícero Romão Batista, 1844-1934) em Juazeiro do Norte em 1926, onde recebeu a patente falsa de Capitão do Batalhão Patriótico, criado pelo Deputado Floro Bartholomeu da Costa (1876-1926) para combater a Coluna Prestes, que à época estava rondando os sertões nordestinos. Lampião recebeu também fardamento e fuzis doados por Floro Bartholomeu, com a justificativa de que iria combater a Coluna Prestes.
A maior façanha de Lampião foi invadir a cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte, no dia 13 de junho de 1927. À época, esta cidade já era desenvolvida e populosa, com cerca de 25 mil habitantes. Os invasores foram rechaçados pela população.
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