Por Reinaldo Elias - Colorizando o Passado
Acervo do
Museu do Ceará - Fortaleza, CE, Brasil. O registro fotográfico foi realizado
quando seu grupo invadiu e saqueou a cidade de Limoeiro do Norte, no interior
do Ceará, em 15 de junho de 1927.
"Lampião
foi o mais famoso chefe cangaceiro que existiu no país e teve atuação entre
1922 e 1938. Ele era de uma família de posição razoável, mas que se viu
despossuída de tudo por uma disputa de terras. Lampião liderou um grupo de
homens que aterrorizou o interior do Nordeste com seus saques. Foi morto em uma
emboscada, em 1938."
"Virgulino
Ferreira da Silva nasceu em Serra Talhada, no estado de Pernambuco, em 7 de
julho de 1897, e pertencia a uma família de lavradores que levavam vida dura,
mas tinham algumas posses. Conhecido na história brasileira como Lampião, sua
data de nascimento é alvo de polêmica, uma vez que suas biografias apresentam
diferentes datas.
Em 1921,
Virgulino Ferreira aderiu ao bando de Sinhô Pereira, um dos cangaceiros de
maior expressão no Nordeste. Nesse bando, ele prosperou como cangaceiro,
tornando-se o mais famoso e temido do Brasil. Ficou conhecido como Lampião
porque sua capacidade de atirar rapidamente fazia com que ele iluminasse a
noite.
Sob a
liderança de Sinhô Pereira, Lampião aprendeu muito. Ele foi ensinado a
sobreviver no cangaço, a esconder seus rastros, a evitar confrontos abertos com
a polícia e a como se comportar nos ataques. Em julho de 1922, Sinhô Pereira
abandonou o cangaço, e Lampião assumiu a liderança do grupo.
Lampião então
passou a liderar ataques contra propriedades e cidades à procura de riqueza.
Ele saqueava o que podia, pedia resgate de determinados itens que saqueava, e,
muitas vezes, extorquia determinados locais, exigindo um pagamento para que ele
não os atacasse. Ele também soube desenvolver uma rede de coiteiros que o
auxiliavam sempre que fosse necessário.
Lampião
liderou seu bando de cangaceiros de 1922 até 1938, promovendo inúmeros ataques
nesse período. Ele enfrentou por diversas vezes as tropas volantes, isto é, as
forças policiais móveis que atuavam no combate aos cangaceiros. Entretanto, ele
evitava confrontos muito abertos para não ter perdas de homens e desperdícios
de munição.
Durante suas
andanças, Lampião conheceu Maria Gomes de Oliveira, mulher que fazia parte de
uma família de coiteiros. Ela ficou conhecida como Maria Bonita e apaixonou-se
por Lampião, abandonando seu marido para ficar com o chefe cangaceiro. Ela
aderiu ao bando de Lampião em 1930, e tornou-se a primeira mulher a fazer parte
do cangaço.
Até então, as
mulheres não faziam parte do cangaço, mas, devido a Lampião, isso mudou, e os
seus homens passaram, em geral, a ser acompanhados por suas mulheres. A chegada
de Maria Bonita se deu já na fase decadente do cangaço e contribuiu para que as
medidas de segurança dos cangaceiros se afrouxassem porque os períodos de
descanso tornaram-se maiores. Juntos, Lampião e Maria Bonita tiveram uma filha,
em 1932, chamada Expedita Ferreira Nunes."
"Em 27 de
julho de 1938, Lampião e seus homens se estabeleceram para descansar na fazenda
Angicos, localizada em Poço Redondo, no estado de Sergipe. Acontece que a
posição de Lampião foi denunciada (não se sabe até hoje por quem), e as tropas
volantes foram ao encontro do seu bando.
Na madrugada
do dia 28 de julho de 1938, o bando de Lampião foi pego de surpresa por um
ataque das tropas volantes. Seu líder foi atingido por três tiros e faleceu no
local. Seu cadáver foi decapitado e sua cabeça foi levada para diferentes
locais em exibição de sua morte. Isso se deu porque ele era um dos homens mais
caçados do Nordeste.
Outras teorias
surgiram explicando sua morte. Alguns pesquisadores afirmam que ele pode ter
sido envenenado um dia antes do ataque, enquanto outros apontam que ele pode
ter fugido e se escondido pelo restante de sua vida. Essas hipóteses,
entretanto, não são aceitas, e considera-se que ele foi realmente assassinado
no ataque surpresa."
Texto: Daniel
Neves Silva (Professor de História)
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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