Por O Jornaleiro
Lampião julgava-se imbatível.
Também, pudera, tinha escapado de mil e uma emboscadas. Resolveu instalar-se em Angico.
Uma breve pausa nas suas escaramuças.
Corisco havia-lhe avisado que
Angico parecia uma cova para uma sepultura, mas, cabra macho como ele só, vai
temer o quê?
Lampião confiava em si, nas suas
armas, sua bravura e achava que nunca seria pego.
É perigoso confiar em si, achar
que nunca será punido, que a mão do Justo Juiz nunca irá alcançá-lo.
Infelizmente, é assim que muitos vivem, agarrando-se em uma falsa segurança.
A Bíblia diz:
“Quando disserem
agora há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição”
Andar neste mundo sem temer o juízo
divino, é uma loucura, é a maior insensatez. Mas é assim, que o homem vive.
Pequenos contratempos, enfermidades, acidentes, não abalam a confiança do homem
em si mesmo. Não conseguem perceber que os desarranjos de hoje anunciam um
juízo que está chegando.
Não percebem que na pedra do
caminho há uma escrita:
“Lembra-te do teu Criador”.
Andam de acordo com suas
vaidades, desejos e paixões, sem nenhum temor, aliás, até zombam de Deus. Estão seguros de si, Angico é seu
refugio.
Capitão João Bezerra
A volante do capitão João Bezerra se
aproxima, juriti assustado alça seu voo, o acauã chora um gemido triste, a
tropa silenciosa, rifles em riste, pronta para tudo dizimar se aproxima.
Lampião descansa, mas a insensatez não perdoa, a imprudência cobra um preço
alto aos faltos de sabedoria. Seguidas rajadas de metralhas
fazem tremer o solo seco e morto. Agora, tudo é silêncio no sertão.
O Jornaleiro
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